5 - Trilho da Águia do Sarilhão

Começo eu a caminhar pelas serras do Gerês...


É de manhã, bem cedo...

Aqui, o Sol nasce alegre, os nossos olhos choram com o ar puro e transparente.
Aqui o Sol perfura os ramos pesados e brilhantes da imensa árvore da Natureza Mãe da nossa serra.

Começo então o percurso ultrapassando uma belíssima Ponte Romana. Já me imaginava noutros tempos, e preparava-me  para um longo e explêndido percurso que aí se adivinha.






Entretanto cruzo uma freguesia, Campo do Gerês (ou S. João do Campo) típica e bem conservada pela população que aqui vive, e muitos caminheiros viu passar.


Por entre montes e vales sinto uma brisa húmida, um suave encanto da albufeira de Vilarinho das Furnas.
Momentos em que a água se envolve com a serra, como que reflectindo o seu encanto, espelhando a sua beleza, brilhando: brilha o Sol, brilha o céu, brilha a alma que transparece nas águas resguardadas do Rio Homem.

Descanso agora nas margens da barragem do Homem. O rio embala-me como que uma melodia transparente. Observo estas águas: tão claras, tão profundas; águas com tantas histórias para contar...
Ao longe avistamos uma aldeia especial. Esta aldeia tem história, tem tradição.



Esta aldeia já não existe, apenas os seus restos, nas profundezas desta barragem. Aldeia de Vilarinho das Furnas, seu nome.
Aldeia comunitária, aldeia com bons costumes que se alagou. A evolução levou o seu encanto e deixou um património invejável.

Esta aldeia está em ruínas, mas por ela percorro, como se lá vivesse: vou à escola, brinco no pátio, subo as escadas daquela casa que podia ser minha.
Esta aldeia jaz sozinha, envolvida pelas águas cristalinas da barragem com o seu nome. 


Pelo caminho pisamos uma estrada já há muito construída: a Geira Romana que serpenteia esta pacata serra. Tempos antigos, tempos da pedra, eis que pelo caminho descubro um marco miliário, a sinalização dos tempos romanos.





Pelo caminho deste trilho percorremos a mais bela estrada: esta via já muito gasta acolhe momentos de grande encanto, a sensação de estar no antigamente e sentir o bater do coração em harmonia com os sons da natureza: o riacho, o bater dos nossos pés nas pedras já gastas, as folhas a oscilar nas árvores centenárias.

Pelo caminho repenso na vida, na sua simplicidade, nos pequenos momentos que ignoro: o caminhar, o sentir da brisa na face, o viver.


São caminhos bem trabalhados, há muitos e muitos anos atrás, por Romanos. Um caminho que os romanos construíram para unir duas cidades ibéricas.

Bracara Augusta (Braga) ----------------------- (Astorga) Asturica Augusta

Um Percurso para repetir, repleto de magia, de bons momentos, de alegria, e esta envolvência com a Natureza acrual, e os tempos antigos romanos da nossa terra.

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